TEMPO DE RIOS
Este é um tempo de rios engrossando margens
Tempo de esvaziar os depósitos do céu
E de saciar a sede da terra
Amaciar os solos gretados e selvagens
E deixar o pó assentar na abundancia liquida
É o tempo de preparar sementes e vagens
Libertar enxadas e charruas
Deixar que façam o trabalho sempre ansiado
E na cama preparada deita-se o fogo da vida
Latente, ardendo sem pressas, num tempo novo
Tempo de meninos comboiando gados e brincadeiras
De noite há fogueiras de contar tantas histórias
E sorrisos cúmplices por tantas outras já contadas
Lavrar, plantar já
ficaram para trás
Amanhã, colher-se-à tudo o que a terra prometeu
Será tempo de festas e fogueiras
De tchinganges e agradecimento a todos os deuses
De sons e vozes doces que não magoam.
Lobito, Novembro 2019
Lindo, as lágrimas quase caíram. Mas não é tempo de chorar. Beijos
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