Quanto de nós é
chuva escorrendo nas vidraças
Quanto de nós
são estradas solitárias
Percorrendo
caminhos de ir e vir, mais de ir
Mais de
palmilhar sonhos que realidades
Quanto de nós
fica na cama ao acordar
No ponto em que
a terra acaba e o mar começa
Onde os tempos
e as marés se dobram
Quanto de nós
se sente na respiração difícil
No cimo das
cordilheiras que se atravessam adiante
E na ansiedade
da descida para a planície
Quanto de nós
existe na alegria indescritível
De viver como
se nada mais importasse
Como se a chuva
e o sabor da manga e as ondas
Apenas fossem
uma extensão de nós
Quanto de nós
existe na noite vagabunda
Brilhando com
todo esse luzeiro de estrelas
Ou na cidadela
de um navio sem rumo
Ou no
serpentear indolente de um grande rio
Quanto de nós é
a vida inteira, completa
Optimista, serena, alegre, no dorso de um arco- iris.
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