A natureza é nossa aliada
Ao
reconhecer o valor da natureza, podemos perceber que um sistema alimentar
abrangente pode beneficiar simultaneamente o meio ambiente, a saúde pública e a
economia.
Reduzir
a emissão de CO2 pode afetar positivamente o valor nutricional dos alimentos –
o que beneficiaria significativamente nossa saúde, uma vez que 76% da população
mundial obtêm a maior parte de seus nutrientes das plantas –, podendo reduzir o
risco de eventos climáticos extremos e, consequentemente, proteger o rendimento
das colheitas. Isso é particularmente importante para os pequenos agricultores.
Proteger a natureza significa proteger os meios de subsistência e as economias.
Sendo
assim, restaurar a biodiversidade significa fortalecer a resiliência dos
sistemas alimentares, o que permite que os agricultores diversifiquem suas
produções e lidem com pragas, doenças e mudanças climáticas, reduzindo também a
propagação de zoonoses e seus impactos econômicos – como o que o mundo enfrenta
atualmente.
A
adoção de dietas baseadas em vegetais requer menos uso de terras, produz menos
gases de efeito estufa e exige menos uso de água, além de também desempenhar um
papel importante na redução de doenças
crônicas – como doenças cardíacas, derrames, diabetes e câncer
– e de custos associados a tratamentos e a perda de renda.
Além
disso, com a estimativa global de doenças
crônicas projetada para atingir 56% até 2050, as dietas desempenharão
um papel cada vez mais importante na gestão econômica.
É
preciso reformular os sistemas alimentares para suprir as necessidades de 10
bilhões de pessoas de maneira segura e sustentável.
Para
a chefe do Programa de Sistemas Alimentares Sustentáveis do PNUMA, é necessário
considerar todo o sistema alimentar, da produção ao consumo, e entender cada um
de seus componentes – por exemplo, como eles se relacionam e quais seus
impactos imediatos e de longo prazo.
A
agricultura precisa ser reconhecida como uma solução para a perda da
biodiversidade, as mudanças climáticas e a poluição. Faz-se necessário migrar
para modelos regenerativos ou agroecológicos que contribuam com paisagens e
ecossistemas mais saudáveis.
As
políticas devem ser construídas com a colaboração de várias partes interessadas
e devem abordar de forma abrangente os sistemas alimentares, valorizando o
capital natural, promovendo o uso sustentável da terra, prevenindo a poluição e
a degradação ambiental e possibilitando aos produtores a oportunidade
financeira de inovar em modelos mais sustentáveis.
Além
disso, também é essencial a mudança de comportamento por parte dos
consumidores, no sentido de adotarem dietas saudáveis e sustentáveis e
práticas de prevenção de desperdício de alimentos – através da educação,
conscientização, fortalecimento de ligações urbano-rurais e ambientes
alimentares acolhedores.
A
sustentabilidade ambiental não é um luxo. Ela não pode vir do acaso ou de uma
reflexão tardia. Pelo contrário, ela é essencial para a sobrevivência humana.
Agora, mais do que nunca.
Atuação do PNUMA
O
PNUMA apoia a transição para sistemas alimentares globais que afetem
positivamente a nutrição, o meio ambiente e os meios de subsistência dos agricultores.
Para
contribuir com o Programa de Sistemas Alimentares Sustentáveis da One Planet
Network, a agência da ONU liderou o desenvolvimento de uma diretriz para a
formulação de políticas colaborativas e a melhoria da governança.
O
PNUMA também é responsável pelo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12.3,
que compromete os Estados-membros a reduzir pela metade o desperdício de
alimentos per capita do varejo e do consumidor.
Com
o Índice de Desperdício de Alimentos (Food
Waste Index, em inglês), o PNUMA está moldando os dados globais de
desperdício de alimentos e preparando uma metodologia harmonizada que permitirá
aos países acompanhar o progresso rumo ao ODS 12.3.
ODS
12.3 Índice de desperdício de alimentos
Objetivo
de Desenvolvimento Sustentável 12: Garantir padrões de consumo e produção
sustentáveis, contém uma ampla gama de metas, uma das quais está intimamente
relacionada com Think.Eat.Save. A meta 12.3 do ODS busca reduzir pela
metade o desperdício global de alimentos nos níveis de varejo e consumidor, bem
como reduzir a perda de alimentos durante a produção e o fornecimento. Para
medir o desperdício e as perdas alimentares, dois índices foram propostos: um
Índice de Desperdício Alimentar (FWI) e um Índice de Perda Alimentar (ILF).
Com
base no trabalho do Padrão de Relatório e Contabilidade de Perdas e Resíduos de
Alimentos (Padrão FLW), o Índice de Resíduos de Alimentos está atualmente em
desenvolvimento na ONU Meio Ambiente. O FWI medirá toneladas de alimentos
desperdiçados per capita, considerando um fluxo misto de produtos desde o
processamento até o consumo. O Índice de Perda de Alimentos já foi criado
pela FAO, examinando a perda de alimentos ao longo de atividades de
abastecimento, como produção, manuseio e armazenamento e processamento. Juntos,
esses dois índices representarão o ODS 12.3 em sua totalidade.
O
Meio Ambiente da ONU e a FAO estão trabalhando com outras partes interessadas
internacionais para estabelecer metodologias e orientações detalhadas. Para
obter mais informações, visite a página do SDG 12.3 .
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