quarta-feira, 13 de maio de 2020

BRASIL NUNCA MAIS


BRASIL NUNCA MAIS
 Aceitar participar no (des)governo de Bolsonaro, já é uma indicação clara da orientação política do candidato.
Aceitar substituir o secretário da cultura, que se deliciava a introduzir nos seus discursos textos de Goebells, torna a coisa ainda mais feia.

Aceitar que afinal a ditadura no Brasil, não foi aquilo que pintam, dar de barato que os brasileiros também têm de morrer, é a cereja no topo do bolo.
Parabéns Regina Duarte. Finalmente encontrou o seu caminho. Pena que o holocausto tenha acabado e que os nazis tenham morrido. Na altura você teria sido um quadro importante da estrutura.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

TERRAMAR


TERRAMAR

 
É  terra e mar, Terramar

Na praia mais distante
Onde assentam todas as areias douradas

Na confluência de todos os rios
No cruzamento de todos os sonhos

No quarto longe do mundo
Nos boleros dançados à média luz

Na nossa gaveta das memórias
Na caligrafia de poemas submersos

Na onda que desenha alinhavos na areia
Nas pegadas deixadas no caminho

Na decisão de ser ou não ser
Em velhos barcos repousando no fundo

Na vibração da luz de cada manhã

Numa cantiga de ninar ou de acalanto
No avesso de tudo o que é lógico

Num poema aristocrático de Leonard Cohen
No incessante latejo de uma ferida

No incessante latejo da vida
 
Lobito, Maio de 2020
 
 

domingo, 3 de maio de 2020

A LUTA CONTINUA...PARTE II

A LUTA CONTINUA… PARTE II

E é assim que chegamos ao dia 2 de Maio de 2020.
Confinados, com as economias mundiais enfrentando problemas graves, e se calhar é altura de fazer o meu ponto da situação.
Olhando aos números crus e totais, englobando países ultracuidadosos, outros mais ou menos, outros ainda sem qualquer controle, o que vemos são estatísticas de alta contagiosidade e muito baixa mortalidade. O mundo fechou porque a OMS assim o decidiu ( no final ajustar-se-ão as contas), porque o Centro Europeu assim o decidiu ( baseado em opiniões de um idiota que já tinha sido várias vezes idiota antes), e agora queremos começar a abrir tudo, uns quantos triliões de dinheiro depois. O povo em geral, encaminhado pelas redes sociais, envolveu-se num pânico generalizado e sem sentido.

PONTO 1: numa pandemia (?), são de acautelar medidas gerais de controle já profusamente divulgadas. Mas, afinal porque é que aconteceu tal desastre em Itália, Espanha e em tantos outros lados. Imaginem a epidemia anual de gripe. Os doentes são tratados em casa, nos Centros de saúde, nos lares, nos hospitais etc. E morrem alguns. E mesmo assim, o SNS abana anualmente.
Agora, vejam o que aconteceu. A OMS declara pandemia, doença de declaração obrigatória e tratamento obrigatoriamente hospitalar em unidades criadas para o efeito ( pressão negativa, ventiladores com fartura). De uma assentada o problema está criado, porque uma coisa é morrerem 200 pessoas espalhadas pelos vários sectores do SNS e do país. Outra coisa é morrerem de repente no mesmo local centenas de doentes que para aí foram levados. Claro que depois se assiste ao triste e degradante espectáculo dos transportes do exército a evacuarem os corpos, porque o sistema de repente colapsou. Tudo isto é um doce oferecido a todas as cadeias de notícias, que vivem exclusivamente da desgraça alheia, que quanto mais for melhor.

PONTO 2: fechar as escolas. Terá sido ajuizado fazê-lo? Pessoalmente acho que não. Todos nós temos filhos, netos, familiares. Mas de facto, cientistas a sério defendem que as crianças e os jovens são a nossa linha da frente. Não morrem, a maior parte será assintomática, e que melhor maneira de espalhar a imunidade. Impedi-los de contactar com o vírus, não trará nada de bom, mas isso veremos mais tarde.

PONTO 3: que questões temos para resolver no futuro? Muitas mesmo.
Olhar com olhos honestos, para a OMS, o Centro Europeu e outros Centros espalhados pelo mundo.
Actuar criminalmente e prender quem tiver de ser preso. E depois, criar estruturas sérias e credíveis que sejam o nosso garante em situações futuras.
É bom não esquecer que a OMS, teve relutância em declarar a pandemia e só o fez debaixo de grande pressão internacional e dos midia. Tudo isto tem que futuramente ser pesado, analisado e exposto.

É claro que estou a falar de ficção científica. Nada aconteceu de verdade, ninguém vai fazer seja o que for, e todos iremos continuar cantando alegremente em direcção ao por do sol, desde que o dinheiro venha e que o BCE e similares por este mundo forem imprimindo moeda 24/24 horas.
A LUTA CONTINUA




Neil Morris Ferguson (1968), é um epidemiologista britânico. É professor de biologia matemática, especializado em epidemiologia de doenças infecciosas disseminadas em humanos e animais, e especialista do Centro para Análise de Doenças Infecciosas do Imperial College, de Londres.

A criação do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças

Desde há uma vintena de anos, os dirigentes políticos ocidentais tentam utilizar os dados estatísticos das epidemias para determinar as decisões correctas a tomar em caso de perigo. Após a do SARS em 2003, a União Europeia dotou-se de um Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDPC), em 2005. Durante o segundo semestre de 2008, este e a presidência rotativa francesa organizaram um colóquio para estudar a conveniência de fechar escolas a fim de lutar contra uma epidemia de gripe e determinar quando essa devia acontecer e quando devia cessar. Não se falava ainda de confinamento generalizado de toda a população.
A principal contribuição foi a do Professor Neil Ferguson e de Simon Cauchemez, do Imperial College London. Comparava os dados estatísticos do fecho de escolas de Hong Kong em 2003 e 2008, da provocada pela greve dos professores em Israel em 2000, do impacto das férias por zonas em França de 1984 a 2006, do encerramento de escolas infectadas pela gripe em França em 1957 e as da “gripe espanhola” em certas cidades dos EUA e da Austrália em 1918. E salientava as desigualdades e injustiças ligadas ao encerramento de escolas no Reino Unido e nos EUA.
A partir daí, o problema foi colocado ao contrário. Os peritos observaram que os encerramentos de escolas não tinham impacto significativo no número final de mortes, mas unicamente na velocidade de propagação da doença. A sua missão passou a ser arranjar uma solução para o fecho de leitos hospitalares que não eram ocupados dia a dia. As estatísticas já não estavam ao serviço da saúde dos Europeus, mas, sim de uma ideologia, a da gestão liberal do Estado.
Bernard Kouchner, o Ministro francês dos Negócios Estrangeiros que organizou este simpósio, era o mesmo que, quando foi Ministro da Saúde (1992-93, 1997-99, 2001-02), iniciara a reorganização do sistema hospitalar francês, não segundo critérios médicos, mas de acordo com uma lógica de rentabilidade. Numa quinzena de anos, a França pode assim realizar substanciais economias fechando 15% dos seus leitos hospitalares; ora, economias irrisórias em comparação com o actual custo do confinamento

O charlatanismo do Professor Neil Ferguson
O Professor Ferguson continua a ser a referência europeia em matéria de modelos para epidemias. 
No entanto, foi ele quem, em 2001, convenceu o Primeiro-ministro Tony Blair a mandar abater 6 milhões de bovinos a fim de parar a epidemia de febre aftosa (uma decisão que custou 10 mil milhões (bilhões-br) de libras e que é hoje considerada como aberrante). 
Em 2002, ele calculou que a doença das vacas loucas mataria cerca de 50. 000 britânicos e mais outros 150.000 quando ela se transmitisse às ovelhas. Na realidade o número total de falecidos foi de 177.
Em 2005, ele predisse que a gripe aviária mataria 65.000 britânicos. Houve um total de 457 baixas.
Pouca diferença fez, tornou-se consultor do Banco Mundial e de inúmeros governos. Foi ele quem fez chegar, em 12 de Março, uma nota confidencial ao Presidente francês Emmanuel Macron anunciando meio milhão de mortes em França. Amedrontado, este tomou a decisão de confinamento generalizado nessa mesma noite. Foi ainda o Professor Ferguson quem anunciou publicamente, a 16 de Março, que, se nada fosse feito, contar-se-iam até 550.000 mortos no Reino Unido e até 1,2 milhões nos Estados Unidos, forçando o governo britânico a rever a sua política.
Simon Cauchemez, que era em 2009 o seu braço direito, dirige agora a unidade de previsões do Instituto Pasteur. Ele é, é claro, membro do Comité Científico do Eliseu («presidência francesa»- ndT), onde propôs o confinamento generalizado. Este comité foi constituído pelo Diretor geral da Saúde, o Professor Jérôme Salomon, filho espiritual e antigo conselheiro técnico de Bernard Kouchner.
A tomada de poder pela equipa Ferguson é baseada numa escroqueria intelectual, segundo a qual a «biologia matemática» (sic) poderá justificar a gestão liberal dos serviços de saúde.
Infelizmente, se as estatísticas permitem avaliar de seguida os efeitos de uma tal ou tal medida, elas não podem prever o comportamento de um organismo vivo, de um vírus. Esse busca, acima de tudo, propagar-se, mas não a matar, o que ele só causa involuntariamente quando a espécie em que se hospeda não tem ainda anticorpos apropriados. Nenhum vírus eliminará espécies, incluindo os seres humanos, já que se as matasse a todas, desapareceria com elas.
Além disso, a extrapolação de medidas relativas às gripes vulgares para a epidemia de Covid-19 é um absurdo: a gripe afecta muitas crianças, mas não a Covid-19, que em termos demográficos mata apenas pessoas idosas ou diabéticas ou ainda hipertensas. Sendo que as crianças infectadas com Covid-19 apenas tem uma carga viral muito ligeira, aliás, ignora-se mesmo até hoje se são contagiosas.
O Professor Ferguson reconheceu, em 22 de Março, ter efectuado os seus cálculos sobre a epidemia de Covid-19 exclusivamente com uma base de dados antiga, de há 13 anos, relativa às epidemias de gripe.
Além disso, é forçoso constatar a deriva deste guru que já não se contenta sequer em justificar políticas liberais aplicadas à Saúde Pública, mas acaba de preconizar a privação de liberdade de povos inteiros. Para mascarar a realidade desta deriva, os partidários do Professor Fergusson desviam a atenção do público propondo-lhe o uso de máscaras cirúrgicas, sobre as quais explicamos já que não têm qualquer utilidade face à epidemia.

A polémica com o Professor Didier Raoult
Estas explicações lançaram uma nova luz sobre a polémica que opõe os discípulos do Professor Neil Ferguson aos do Professor Didier Raoult. Contrariamente ao que se diz, não se trata de um problema de metodologia, mas precisamente de finalidade.
Neil Ferguson é um charlatão apanhado pela própria sua fraude, enquanto Didier Raoult é médico de prática clínica. Os adeptos do primeiro precisam de mortos para justificar a sua religião, os do segundo dedicam-se a cuidar dos seus doentes.
O problema que enfrentamos não é um debate científico, mas uma guerra de erros repetidos contra a abordagem científica. É inacreditável ouvir membros do Conselho Científico do Eliseu criticar ao Professor Raoult a não realização de estudos comparativos com um grupo de controle. Ou seja, em período de crise um médico responsável deve deixar de tratar alguns dos seus pacientes e em vez disso sacrificá-los deliberadamente?