quarta-feira, 30 de setembro de 2020

QUANTO DE NÓS

Quanto de nós é chuva escorrendo nas vidraças

Quanto de nós são estradas solitárias

Percorrendo caminhos de ir e vir, mais de ir

Mais de palmilhar sonhos que realidades

Quanto de nós fica na cama ao acordar

No ponto em que a terra acaba e o mar começa

Onde os tempos e as marés se dobram

Quanto de nós se sente na respiração difícil

No cimo das cordilheiras que se atravessam adiante

E na ansiedade da descida para a planície

Quanto de nós existe na alegria indescritível

De viver como se nada mais importasse

Como se a chuva e o sabor da manga e as ondas

Apenas fossem uma extensão de nós

Quanto de nós existe na noite vagabunda

Brilhando com todo esse luzeiro de estrelas

Ou na cidadela de um navio sem rumo

Ou no serpentear indolente de um grande rio

Quanto de nós é a vida inteira, completa

Optimista, serena, alegre, no dorso de um arco- iris. 

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

ALGUNS CONSELHOS

1. Separe o lixo

Uma das principais medidas para reduzir a degradação ambiental é reciclar o lixo que geramos diariamente. Por isso, os resíduos devem ser encaminhados ao destino correto. O material orgânico (restos de comida) pode ser aproveitado no processo de compostagem. Assim, vira adubo para novas plantações. Já o material seco (plástico, metais, vidro e papel) deve ser descartado. Em muitas cidades, existem cooperativas que recolhem esse lixo e ganham dinheiro vendendo-o para reciclagem.

Preste atenção a itens como bateriaslâmpadasequipamentos eletrônicoscosméticosmedicamentos e óleo de cozinha. Eles são altamente poluentes! A melhor alternativa é levá-los a ecopontos específicos – em supermercados, farmácias ou unidades especializadas.

2. Economize água em casa

A solução para economizar é simples: diminua o tempo embaixo do chuveiro. Cinco minutos costumam ser suficientes para realizar a higiene pessoa Faça o mesmo ao escovar os dentes ou lavar a louça. A torneira só deve permanecer aberta na hora de enxaguar. Desse modo, você colabora na preservação dos recursos naturais e ainda poupa ao fim do mês!

3. Aproveite todas as partes dos alimentos

Quem vive do campo sabe bem: todas as partes de uma planta podem ser aproveitadas. Na natureza, tudo se transforma e dá continuidade ao ciclo da vida. É uma pena que esse conhecimento tenha se perdido um pouco nas cozinhas do país. A gente usa a polpa da fruta para fazer sumo, as folhas da alface para a salada… E o resto? Joga fora? Não! Talos, cascas e até sementes podem render pratos supernutritivos. E o melhor de tudo é que eles são saborosíssimos. Dá para fazer bolinho, pão, compotas, risotos e o que mais o paladar mandar.

4. Promova a economia local

Falando em compras, é importante pensar no impacto da cadeia produtiva para a sustentabilidade. Já imaginou quantos quilômetros um produto rodou para chegar até a prateleira do supermercado? Quanto combustível os camiões queimaram. 

Por isso que dar preferência à produção local é um dos hábitos sustentáveis que se deve adotar. Menos distância entre o produtor e o consumidor significa menos poluentes liberados na atmosfera. Os gastos com transporte e armazenamento diminuem e, com isso, o preço final fica mais convidativo. Sem contar que você contribui para o fortalecimento da indústria e do comércio na sua região.

5. Deixe o carro na garagem

Economia sustentável também tem a ver com saúde. Prova disso está na nossa próxima dica: trocar o automóvel pela bicicleta. Às vezes, por comodidade, usamos o carro para percorrer pequenas distâncias dentro do município. 

6. Economize energia elétrica

Quando o assunto é a conta de luz, qualquer detalhe pode trazer resultados imediatos. Primeiro, tire da tomada todos os eletrodomésticos que não estiverem em uso. Até mesmo a luzinha vermelha de standby consome eletricidade.

Depois, priorize a manutenção dos equipamentos. Verifique se a borracha da geladeira está vedando bem ou se a limpeza do ar-condicionado está em dia. Em ambos os casos, o mau funcionamento do aparelho demanda esforço extra do motor, o que eleva os custos de energia elétrica. Por fim, opte por soluções mais econômicas. Lâmpadas de LED, embora custem mais caro, duram bastante e gastam menos luz. Ou seja: são ótimas para economizar dinheiro no longo prazo.

7. Reutilize embalagens

Você é daquelas pessoas que já guardaram pote de requeijão para utilizá-lo como copo? Parabéns: os hábitos sustentáveis fazem parte de sua rotina. Reutilizar objetos colabora para que a gente consuma menos. Logo, o lixo que geramos em nossas casas também tende a se reduzir. Embalagens de vidro são ótimas para armazenar grãos, doces e geleias. Basta lavá-las com água quente antes do uso.

Para as garrafas PET, uma sugestão é transformá-las em vasos de plantas. Corte o topo, faça uns furos na base e pronto: o que iria para o lixo vira berço para novas mudas.

8. Use seus direitos

Sempre que for comer fora, peça take-away do que sobrou. Eles pertencem-lhe e poderá depois dar-lhes o uso que quiser.


DÁ PARA PERCEBER?

 


TOTALMENTE CORRECTO

A natureza é nossa aliada

Ao reconhecer o valor da natureza, podemos perceber que um sistema alimentar abrangente pode beneficiar simultaneamente o meio ambiente, a saúde pública e a economia.

Reduzir a emissão de CO2 pode afetar positivamente o valor nutricional dos alimentos – o que beneficiaria significativamente nossa saúde, uma vez que 76% da população mundial obtêm a maior parte de seus nutrientes das plantas –, podendo reduzir o risco de eventos climáticos extremos e, consequentemente, proteger o rendimento das colheitas. Isso é particularmente importante para os pequenos agricultores. Proteger a natureza significa proteger os meios de subsistência e as economias.

Sendo assim, restaurar a biodiversidade significa fortalecer a resiliência dos sistemas alimentares, o que permite que os agricultores diversifiquem suas produções e lidem com pragas, doenças e mudanças climáticas, reduzindo também a propagação de zoonoses e seus impactos econômicos – como o que o mundo enfrenta atualmente.

A adoção de dietas baseadas em vegetais requer menos uso de terras, produz menos gases de efeito estufa e exige menos uso de água, além de também desempenhar um papel importante na redução de doenças crônicas – como doenças cardíacas, derrames, diabetes e câncer – e de custos associados a tratamentos e a perda de renda.

Além disso, com a estimativa global de doenças crônicas projetada para atingir 56% até 2050, as dietas desempenharão um papel cada vez mais importante na gestão econômica.

É preciso reformular os sistemas alimentares para suprir as necessidades de 10 bilhões de pessoas de maneira segura e sustentável.

Para a chefe do Programa de Sistemas Alimentares Sustentáveis do PNUMA, é necessário considerar todo o sistema alimentar, da produção ao consumo, e entender cada um de seus componentes – por exemplo, como eles se relacionam e quais seus impactos imediatos e de longo prazo.

A agricultura precisa ser reconhecida como uma solução para a perda da biodiversidade, as mudanças climáticas e a poluição. Faz-se necessário migrar para modelos regenerativos ou agroecológicos que contribuam com paisagens e ecossistemas mais saudáveis.

As políticas devem ser construídas com a colaboração de várias partes interessadas e devem abordar de forma abrangente os sistemas alimentares, valorizando o capital natural, promovendo o uso sustentável da terra, prevenindo a poluição e a degradação ambiental e possibilitando aos produtores a oportunidade financeira de inovar em modelos mais sustentáveis.

Além disso, também é essencial a mudança de comportamento por parte dos consumidores, no sentido de adotarem dietas saudáveis ​​e sustentáveis ​​e práticas de prevenção de desperdício de alimentos – através da educação, conscientização, fortalecimento de ligações urbano-rurais e ambientes alimentares acolhedores.

A sustentabilidade ambiental não é um luxo. Ela não pode vir do acaso ou de uma reflexão tardia. Pelo contrário, ela é essencial para a sobrevivência humana. Agora, mais do que nunca.

Atuação do PNUMA

O PNUMA apoia a transição para sistemas alimentares globais que afetem positivamente a nutrição, o meio ambiente e os meios de subsistência dos agricultores.

Para contribuir com o Programa de Sistemas Alimentares Sustentáveis ​​da One Planet Network, a agência da ONU liderou o desenvolvimento de uma diretriz para a formulação de políticas colaborativas e a melhoria da governança.

O PNUMA também é responsável pelo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12.3, que compromete os Estados-membros a reduzir pela metade o desperdício de alimentos per capita do varejo e do consumidor.

Com o Índice de Desperdício de Alimentos (Food Waste Index, em inglês), o PNUMA está moldando os dados globais de desperdício de alimentos e preparando uma metodologia harmonizada que permitirá aos países acompanhar o progresso rumo ao ODS 12.3.

 

ODS 12.3 Índice de desperdício de alimentos

ODS 12.3: "Até 2030, reduzir pela metade o desperdício global de alimentos per capita nos níveis de varejo e consumidor e reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo perdas pós-colheita."

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12: Garantir padrões de consumo e produção sustentáveis, contém uma ampla gama de metas, uma das quais está intimamente relacionada com Think.Eat.Save. A meta 12.3 do ODS busca reduzir pela metade o desperdício global de alimentos nos níveis de varejo e consumidor, bem como reduzir a perda de alimentos durante a produção e o fornecimento. Para medir o desperdício e as perdas alimentares, dois índices foram propostos: um Índice de Desperdício Alimentar (FWI) e um Índice de Perda Alimentar (ILF).

Com base no trabalho do Padrão de Relatório e Contabilidade de Perdas e Resíduos de Alimentos (Padrão FLW), o Índice de Resíduos de Alimentos está atualmente em desenvolvimento na ONU Meio Ambiente. O FWI medirá toneladas de alimentos desperdiçados per capita, considerando um fluxo misto de produtos desde o processamento até o consumo. O Índice de Perda de Alimentos já foi criado pela FAO, examinando a perda de alimentos ao longo de atividades de abastecimento, como produção, manuseio e armazenamento e processamento. Juntos, esses dois índices representarão o ODS 12.3 em sua totalidade.

O Meio Ambiente da ONU e a FAO estão trabalhando com outras partes interessadas internacionais para estabelecer metodologias e orientações detalhadas. Para obter mais informações, visite a página do SDG 12.3 .

  


TOTALMENTE ERRADO

"Teremos alimentos para todos em 2050. A questão é saber se eles serão distribuídos"

Ria Hulsman, gerente regional para América Latina da Universidade de Wageningen, veio ao Brasil em janeiro para participar do seminário Fruto (Foto: Leandro Martins/Fruto )

A população mundial deverá ser de quase 10 bilhões de pessoas em 2050. Para alimentar tanta gente, a produção de alimentos terá que aumentar 70%, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). A grande questão é: conseguiremos atingir essa marca? Ria Hulsman, gerente regional para América Latina e Caribe da universidade holandesa de Wageningen, acredita que sim. “Nós já estamos produzindo muita comida e aumentando um pouco poderíamos alimentar todo mundo. Mas não é apenas uma questão técnica. É também política”.

Ria conversou com Época NEGÓCIOS e falou sobre os desafios de alimentar a população mundial, como serão as fazendas do futuro e revelou sua grande preocupação. "Estou muito preocupada com a situação na África, onde a população está crescendo muito rapidamente, a terra está degradada e os efeitos das mudanças climáticas são muito intensos. Lá haverá falta de comida. Em outras partes do mundo, não. Então, teremos comida o suficiente, mas não no lugar certo".

Estamos trabalhando na velocidade necessária para evitar a falta de alimentos em 2050?
Podemos olhar para essa questão com focos diferentes. Pensando tecnicamente, nós já estamos produzindo muita comida e aumentando um pouco poderíamos alimentar todo mundo. Mas não é apenas uma questão técnica. É também política, de economia e poder. Todos esses fatores resultam em um problema de má distribuição e influenciam nessa missão de alimentar o mundo em 2050.

O Brasil é protagonista para atender a demanda mundial por alimentos e terá que aumentar sua produção em 40%. Você tem visto trabalhos importantes acontecendo por aqui nesse sentido?
Sim, há alguns bons exemplos no Brasil de como você pode recuperar áreas degradas. Acho o trabalho da Embrapa muito importante. Essa organização tem feito muitas pesquisas em diversas partes do Brasil, inclusive, com fazendeiros. Além disso, vejo que aqui vocês estão cultivando alimentos em algumas áreas das cidades. São Paulo, por exemplo, é muito verde. Quando dizem que 12 milhões de pessoas vivem aqui, você pensa que tudo é concreto. Mas quando você chega, vê um grande número de árvores, plantas e iniciativas para que os consumidores cultivem alimentos em áreas urbanas. Isso é positivo.

O quão importante é o trabalho de agritechs e foodtechs na recuperação de terra e produção de alimentos?
Esses empreendedores são muito poderosos, criativos, inovadores e cheios de energia. Essas características são fundamentais para encontrar soluções para os problemas. Nem todas pessoas e empresas têm essa mentalidade. Por isso, as startups serão muito importantes para encarar esse desafio de produzir mais.

Como você acredita que serão as fazendas do futuro?
A grande maioria vai ser de agricultura intensiva e de grande escala. No Brasil, vocês já estão bastante dedicados à produção de soja e milho. Esse processo vai continuar, mas teremos algumas mudanças na produção. Os vegetais, por exemplo, vão ser cultivados nas cidades. Também haverá cada vez mais espaço para produtores orgânicos e outros mercados de nicho. Acho isso muito importante, pois ao mesmo tempo que a produção de alimentos vai se tornando um desafio maior, os consumidores também ficam mais interessados em saber a origem das coisas. Embora as pessoas vivam nas cidades, elas gostam da natureza e sempre vão querer saber como está sendo o cultivo daquilo que consomem.

Afinal, vamos ter comida o suficiente para todos em 2050?
Sim, nós vamos ter. A grande questão é se essa comida vai ser bem distribuída. As técnicas de cultivo são controláveis, mas a política e os seres humanos não. Estou muito preocupada com a situação na África, onde a população está crescendo muito rapidamente, a terra está degradada e os efeitos das mudanças climáticas são muito intensos. Lá haverá falta de comida. Em outras partes do mundo, não. Então, teremos comida o suficiente, mas não no lugar certo.


Cada um dá a opinião que quer. Não há futuro em aumentar a produção. Para 2100 terá que se aumentar a um crescimento geométrico. Há alternativas. Controle de natalidade, porque não podemos crescer a esse ritmo. Controle dos desperdícios. Isto é meter a cabeça na areia, quando se diz que os países têm que plantar mais milho e soja. Mas estamos a falar de uma coisa que se chama Época negócios.

  

SER

Ser ambientalista não é um culto, nem sequer deve ser encarado como espírito de missão. Basta apenas reconhecer que tem que se viver de forma sustentada em equilibrio com todo o resto do ecosistema. O simples facto de existirmos ( como existem árvores, animais, bactérias e virus) da forma como o fazemos, é terrívelmente perigoso. 

Não há como existir sem fazer lixo, sem deixar a nossa pegada carbónica, mas podemos fazê-lo de forma a minimizar os prejuízos. A única e verdadeira missão de um ambientalista é viver desse modo e convencer o parceiro do lado da justeza das intenções. 

Claro que está em marcha uma guerra, porque tem muita gente que acha que o presente é que importa e que se dane o futuro dos nossos filhos. De qualquer modo, tudo está interligado e o caminho ou é feito ou o planeta se encarrega de o fazer.

Tenho-me batido pelas energias alternativas. O uso de combustíveis fosseis está na primeira linha do aquecimento global. Um estudo feito sobre lareiras em casa, mostrou resultados devastadores. O uso de energias fosseis para alimentar fábricas e outras formas de produção, já obrigou os países (nem todos), a reverem os seus protocolos.

O consumo desvairado de água, usado para todos os fins tem de terminar, porque os recursos hidricos estão no fio da navalha.

O abate de animais por esse mundo fora,conduz à desflorestação, à desertificação, à poluição irreversível dos lençóis freáticos, às chuvas ácidas, etc. As capturas intensivas com arrastões de fundo, são terrívelmente predatórias das espécies a capturar, como das espécies que não eram para capturar, e que vão servir para fazer farinhas para alimentar...os gados.

O plástico deveria ser abolido imediatamente. Ainda assim se está a ler isto, pare com os plásticos e aconselhe o seu amigo do lado a fazer o mesmo ( nada do planeta está livre do plástico, nem os nossos pulmões).

Como cidadão comum o que posso fazer?

Envolver-me com organizações ambientalistas sérias; usar a água de forma sustentada (tomar banho de imersão gasta 300 litros de água, tomar banho de chuveiro gasta 20-30 litros); reduzir aos mínimos o consumo de proteínas animais, tornar-me tendencialmente vegan. Se nós deixarmos de comer carne, vão produzi-la para vender a quem?; olhar para outras culturas e outras formas de alimentação; estar na linha da frente no combate às grandes queimadas, feitas pelos exploradores de gado e plantadores de soja; batalhar por santuários da vida animal tanto em terra como no mar; boicotar alimentos obtidos em regime de cultura intensiva ( tanque marítimos de produção de peixe e pecuária intensiva); assim que possível deixar os transportes movidos a combustível.

No geral, temos de mudar de vida e de comportamentos. Temos de pressionar para que o ambiente seja um tema desde o início escolar, em escolas com energias alternativas, com cantinas consequentes e com consumos de água razoáveis. E, na verdade a escolha é nossa. Só nos vendem aquilo que nós quisermos. Ainda que esteja isolado, se cada um convencer uma pessoa mais, a batalha será ganha.


segunda-feira, 14 de setembro de 2020

VIVER

Existir é sobreviver a escolhas injustas

Mas, existir não deveria ser sobre sobreviver

Apenas viver na ausência de escolhas injustas 

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

VIA LÁCTEA

Via Láctea – Wikipédia, a enciclopédia livre


No fim de semana passado, fui para o "mato", longe de tudo o que é civilização, para a fazenda de um amigo.

À noite, depois do jantar, sentados no exterior, sem luz, num breu de fim de mundo, olhei para o céu.

Vi o que já não via desde miúdo. Um céu crivado de milhões de estrelas, atravessado pela via láctea. Um espectáculo e tanto, que me fez pensar que não estamos sózinhos.

Lembrei-me de Karen Blixen e do África Minha e da vontade que eu tenho de voltar a ele.

AMAZONIA

Amazónia brasileira registou este ano o maior número de incêndios desde 2010

 

A Amazónia brasileira registou, entre 01 de janeiro e 09 de setembro deste ano, 56.425 focos de incêndio, o maior número para o período desde 2010, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) do Brasil. Trata-se de um crescimento de cerca de 6% em relação ao mesmo período de 2019, quando se contabilizaram 53.023 incêndios, e quando as imagens das chamas naquela que é a maior floresta tropical do planeta circularam pelo mundo e geraram indignação.

A Amazónia brasileira não ardia tanto desde 2010, quando o Inpe, um órgão governamental, registou 72.946 fogos na região. Os dados do órgão contradizem o atual executivo brasileiro, liderado pelo Presidente Jair Bolsonaro, que tem feito campanha negando que a Amazónia esteja a arder. Exemplo disso é um vídeo divulgado esta semana pelo Governo, que diz que o "Brasil é o país que mais preserva as suas florestas nativas no mundo".

"Essas queimadas na Amazónia são culturais e de pequena proporção", indica o vídeo difundido pelo Governo, um argumento que tem sido recusado por ambientalistas e vários observadores. O vídeo, produzido pela Associação de Criadores do Pará (AcriPará), um grupo formado por fazendeiros produtores de gado, foi divulgado na quarta-feira à noite nas contas da rede social Twitter do vice-presidente brasileiro e chefe do Conselho Nacional da Amazónia Legal, Hamilton Mourão, e do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

"De que lado você está? De quem preserva de verdade ou de quem manipula os seus sentimentos? O Brasil é o país que mais preserva as suas florestas nativas no mundo. Essa é a verdade. Nós cuidamos!", escreveu Mourão na mensagem que acompanha o material audiovisual.

"Recebi este vídeo, a Amazónia não está queimando", indicou por sua vez Salles, ao publicar o mesmo conteúdo.

No início do mês, a Amnistia Internacional alertou para o "número alarmante" de novos incêndios que lavram na Amazónia brasileira, acusando as autoridades do país de não protegerem a terra e os direitos humanos naquela floresta tropical. A organização não-governamental (ONG) destacou ainda que a desflorestação na região aumentou 34,5% entre agosto de 2019 e julho de 2020 em comparação com o mesmo período de 2018 e 2019, destruindo uma área total de 9.205 quilómetros quadrados. Parte dos incêndios na região amazónica costumam ser iniciados intencionalmente por grileiros, indivíduos que tomam posse de terras ilegalmente e desflorestam a área para criar pastagens.

A pecuária é a principal causa de ocupação ilegal de terras em reservas e territórios indígenas na Amazónia brasileira, alimentando o desflorestação e afetando os direitos dos povos indígenas e residentes nativos.

No total, 63% da área desflorestada na Amazónia, de 1988 a 2014, tornou-se pasto para gado, numa área cinco vezes maior que Portugal, segundo um relatório publicado pela Amnistia Internacional no ano passado. A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta, com cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados, e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).

  


quinta-feira, 10 de setembro de 2020

LONGE DA MULTIDÃO

 

Todo o mundo deveria

Ser ao menos uma vez frágil, desamparado

Poder  marcar um passado e um futuro

No momento exacto da escuridão

De preferência quando a cama está vazia

E o desconforto amanhece connosco

Todo o mundo deveria

Ao menos uma vez, ter saudades do passado

Ainda que sejam dolorosamente inúteis

Na falta de um abraço que nos desvende

E corrija qualquer ano menos bom

Todo o mundo no final, deveria poder dizer…

terça-feira, 1 de setembro de 2020

FLAMINGOS

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FOOD IN THE FUTURE – WORLD WID FOUNDATION

Chegou o tempo de reconsiderar a alimentação.

Por todo o globo, a produção de comida a sua distribuição e o lixo resultante, ameaçam a vida selvagem, os locais selvagens e o planeta na sua globalidade.

Hoje, 7.3 biliões de pessoas consomem 1.6 vezes os recursos naturais que o planeta pode oferecer. Em 2050 a população será de 9 biliões e a demanda por comida duplicará.

Portanto, como vamos produzir mais comida para mais pessoas, sem expandir os terrenos cultiváveis e os gastos em água? Não é simplesmente possível dobrar a quantidade de alimentos. Felizmente não teremos de o fazer – temos o dobro da alimentação que necessitamos. Mas temos de congelar a nossa pegada ecológica no que diz respeito à alimentação.

A médio prazo a produção de comida é suficiente para todos, apenas não chega a cada um segundo as necessidades. Cerca de 1.3 biliões de comida são desperdiçados a cada ano – quatro vezes a quantidade necessária para alimentar 800 milhões de pessoas que são subnutridas. Por outro lado inevitavelmente, teremos que de forma global diversificar a nossa alimentação, olhando para outras culturas e hábitos alimentares. Procurar fontes alimentares alternativas.

Ao aumentar a eficiência e a produtividade, simultaneamente com a redução do desperdício, nós podemos produzir comida suficiente para cada um em 2050, usando a mesma quantidade de terra, que usamos actualmente. Alimentar toda a gente de forma sustentável e proteger os nossos recursos naturais.