quinta-feira, 26 de novembro de 2020

BANDA MARAVILHA

 







BIOGRAFIA

A Banda Maravilha surgiu em 1993, fruto da união de cinco músicos angolanos que se juntaram para fazer música, e que depois de várias exibições em bares, discotecas e festas de Luanda, foi-lhes endereçado um convite para se tornarem a banda de animação de um programa da Televisão Pública de Angola (TPA), “Gentes & Tons”, apresentado por André Mingas. Foi neste programa que Delfina Feliciano produtora do programa, baptizou a banda.
Na primeira versão da banda constavam “Carlitos Vieira Dias, Moreira Filho, Rufino, Joãozinho Morgado e Marito Furtado, que eram originários de várias bandas musicais de Angola, abrilhantando as noites de Luanda no programa 'Gentes & Tons' e no restaurante “O Tambarino”.
Em 2001 e já com outra formação, a banda lança o seu segundo CD, 'Semba Luanda'. Neste disco, entrou na banda Xico Santos, Miqueias Ramiro e Venâncio. No CD, foi retratado o semba e as novas cadências rítmicas evidenciadas pela banda, confirmando a Banda Maravilha como os “Embaixadores do Semba” de Angola.
Em 1997, a banda lança o seu primeiro CD, intitulado 'Angola Maravilha' pela RMS, num dos maiores sucessos em vendas de discos de bandas angolanas. Uma torné pelo mundo foi realizada em 1998. Participaram da Expo98 em Lisboa, Portugal, bem como do Festival da Baia das Gatas, em Cabo-Verde.
Com a exigência do público a banda lança em 2005 o seu terceiro CD, 'Zungueira', uma homenagem directa as mulheres que todos os dias lutam pela vida e para vida dos seus filhos, no seu ganha pão diário pelas ruas de Luanda com chuva ou sol. Neste CD a banda fortaleceu com a entrada de Pirica e Nelas do Som que, com os solos das suas guitarras, criaram novas melodias na harmonia da banda.
O profissionalismo da Banda Maravilha foi reconhecido pela sociedade, ganhando em 2002 o prémio de melhor 'Banda Musical do ano', Top Rádio Luanda. Recebeu também o prémio de vencedor do Top dos Mais Queridos da RNA, sendo convidada para actuar em várias partes do mundo, levando a música angolana aos quatro cantos do mundo.
Hoje, a Banda Maravilha vai cimentando a cada dia o seu nome e profissionalismo dentro da música angolana, estando a preparar a gravação do seu primeiro CD e DVD ao vivo, para entrar nos anéis da música angolana como os embaixadores do semba em Angola.


N'GOLA RITMOS

 O grupo foi formado em 1947 por Liceu Vieira Dias, Domingos Van-Dunem, Mário da Silva Araújo, Manuel dos Passos e Nino Ndongo.

Na década de 1950 e 1960 incluíu nomes como Liceu, Nino, Amadeu Amorim (bateria e cantor), José Maria (viola solo e ritmo), Euclides Fontes Pereira (Fontinhas), José Cordeiro dos Santos, Lourdes Van-Dúnem, Gege, Xodô e Belita Palma.

Amadeu Amorim e Liceu foram presos em 1959 mas o conjunto manteve-se com a força de Nino N’dongo. Gravaram dois discos e em 1965 deslocam-se à metrópole pela primeira vez .

Importância

  • António Ole realizou em 1978 um filme sobre o grupo: "O Ritmo do N’Gola Ritmos" .
  • O filme "O Lendário Tio Liceu e os N'gola Ritmos" (2009), de Jorge António, recebeu o Prémio Melhor Documentário no FICLuanda 2010.
  • O professor Maurício Barros de Castro dedicou uma secção à "A história do N ́gola Ritmos" na sua apresentação "O SAMBA NO ATLANTICO NEGRO: PATRIMONIO IMATERIAL E DIÁSPORA AFRICANA" apresentada no XI Congresso Luso Afro Brasileiro de Ciências sociais que decorreu em Salvador em Agosto de 2011:

"Interessados em descobrir suas raízes culturais, os músicos do N’gola Ritmos reinventaram a música de angola e assumiram o semba como ritmo nacional do país, o que tinha conotações políticas que evidenciava um projeto de nação angolana construída a partir de suas referências ancestrais. 

Discografia

  • 1 (Ep, Alvorada, 1964) N'biri Birin / João Domingos / Chapéu Preto / Timpanas
  • 2 (Ep, Alvorada, 1964) Mona Ami / Kuaba Kuaie Kalumba / Maria Da Luz / Margarida Vai À Fonte
  • N'ga Sakidila (Ep, Decca, 1964) N'ga Sakidila / Chico / Xikéla / N'zage
Compilações
  • Angola 60's 1956-1970 (Buda Musique, 1999) ‎- Muxima, Django Ué, Nzaje
  • Angola Saudade 60-70 ‎(Iplay, 2009) - Muxima
  • Chansons Creoles ‎(Cristal, 2012) - Muxima


Para os da minha geração foi, continua a ser uma banda mítica, com música de superior qualidade e ritmo.
Para quem não conhece, aproveite e pesquise e ouça. Isto é o que reza a wikipédia. Nós vivemos esta época maravilhosa.

LIVROS II

 Que também valem a pena:

LIVRO DOS RIOS - LUANDINO VIEIRA

VOU LÁ VISITAR PASTORES - RUY DUARTE DE CARVALHO

PAIOL DE POLÉN - JOAQUIM PESSOA 

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

LIVROS

LIVROS QUE VALEM A PENA

SAGRADA ESPERANÇA - AGOSTINHO NETO

COMO SE O MUNDO NÃO TIVESSE LESTE - RUY DUARTE DE CARVALHO

OS DA MINHA RUA - ONDJAKI

NZOJI - ARLINDO BARBEITOS

A MORTE DO VELHO KIPACAÇA - BOAVENTURA CARDOSO

QUEM ME DERA SER ONDA - MANUEL RUI MONTEIRO 

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

AH PORTUGAL, PORTUGAL

 

Chegou a Portugal finalmente, a extrema direita no seu pior, racista e xenófoba e com assento parlamentar. Digo chegou, porque de um modo mágico depois da revolução dos cravos, deixou de haver gente de direita em Portugal. Ou eram todos revolucionários, ou na pior das hipóteses sociais democratas com laivos de liberais.

Mas, finalmente chegou, como sempre pela mão da esquerda que não soube, nunca soube aliás criar laços entre si e fazer do país um país melhor. E, aproveitando a maré, os encapotados partidos de direita reacionária, vá de fazer coligações com a extrema direita, que exultou, rejubilou.

O que me confunde é que a táctica é sempre a mesma. Começam por se escudar na lei, a incompetência da esquerda ajuda e quando dermos por ela, ou temos um governo de extrema direita, ou temos todos de andar aos tiros.

O que me confunde ainda mais, é a incapacidade, a estupidez, a imbecilidade da esquerda de saber analisar o problema, ainda mais quando o mesmo já tem barbas, já vem de tempos imemoriais.

Quero acreditar, que este partidozeco de arruaceiros, que provavelmente lêm o “Mein Kampf” de forma enviesada, irá pagar o preço da ousadia nas próximas eleições. Quero acreditar, mas não estou seguro de que isso vá acontecer. Neste preciso momento, a esquerda está mais dividida que nunca, e isto aconteceu após um mandato de sucesso conjunto, de que os portugueses gostaram muito. A ansia dos governantes de se livrarem da “geringonça”, é no mínimo muito suspeita e politicamente imbecil.

Finalmente, quando essa escumalha diz que não percebe por que são chamados de extrema direita e apelida o BE e o PCP de extremistas e perigosos delinquentes, só resta um caminho, que oxalá não tenha de ser percorrido.

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

MADE IN USA

A Pátria da democracia (?). Pelo menos assim nos querem fazer crer. Mas se num determinado estado, o vencedor tiver apenas mais um voto, fica com os deputados todos. The winner take’s it all, o que é contrário a qualquer forma de democracia. Nesse estado, todos os partidos perdedores, deixam de ter representação parlamentar, e sujeitam-se ao que lhes quiserem fazer.

Há um longo caminho a correr na “pátria da democracia”. A arrogância é tamanha, que de uma assentada, esqueceram que há um país chamado Grécia, onde de facto a democracia nasceu.

Um homem, um voto. Muitos países já aí chegaram, quase todos europeus, após um longo caminho civilizacional. Não, nos EUA. Mas, também só existem há duzentos anos. Pouca história, pouca cultura própria, pouco caminho andado. A arrogância tem destas coisas, mas o tempo mesmo contra a democracia vai passando, e esperamos todos, que mais velhos, mais sábios, menos intolerantes, menos interventivos nas coisas do mundo, essa arrogância se irá diluindo, pese embora continuem a existir Trumps. De qualquer modo a História há-de julga-los, condená-los e empurrar a sujeira para debaixo do tapete.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

BLACK LIVES MATTER

BLACK LIVES MATTER

 

Desde sempre, há uma imensidão de gente por esse mundo fora, que faz questão de se identificar com slogans, que por uma razão ou outra tiveram alguma notoriedade.

Muitas vezes, nem cuidam de saber bem o que estão a fazer, apenas parece “fixe” estar na onda. Questionados, ainda que superficialmente, percebe-se que não há qualquer princípio político por detrás da opção, apenas o desejo de fazer parte de um movimento que aparece nas redes sociais.

Casos recentes deram o mote para se multiplicarem até à exaustão. “Je suis Charlie”, atravessou mundo e depois disso muitos “Je suis” já surgiram e ninguém já se lembra dos motivos do original.

Agora está na moda o “BLACK LIVES MATTER”. Consigo entender a necessidade política de certos sectores, de usarem este slogan. Já não consigo entender, o porquê de tanta gente aderir a este slogan profundamente racista, muito menos a comunidade negra inteligente, que provavelmente vai sair muito prejudicada. Do meu ponto de vista, está criada mais uma barreira ao entendimento entre as diversas comunidades, qualquer que seja o motivo (provavelmente muito digno), que esteve na origem deste movimento.

Para mim, as vidas negras não contam por si só. Para mim o slogan correcto deveria ser “HUMAN LIVES MATTER”. Mas talvez, não tivesse o mesmo interesse nas redes sociais. Como não teria qualquer interesse dizer, que a afirmação de que não se é racista, já torna a pessoa que o diz, em racista de facto. 

CARTA DE UM CONTRATADO - ANTÓNIO JACINTO

Eu queria escrever-te uma carta
Amor,
Uma carta que dissesse
Deste anseio
De te ver
Deste receio
De te perder
Deste mais que bem querer que sinto
Deste mal indefinido que me persegue
Desta saudade a que vivo todo entregue...

Eu queria escrever-te uma carta
Amor,
Uma carta de confidências íntimas,
Uma carta de lembranças de ti,
De ti
Dos teus lábios vermelhos como tacula
Dos teus cabelos negros como diloa
Dos teus olhos doces como macongue
Dos teus seios duros como maboque
Do teu andar de onça
E dos teus carinhos
Que maiores não encontrei por ai...

Eu queria escrever-te uma carta
Amor,
Que recordasse nossos dias na capopa
Nossas noites perdidas no capim
Que recordasse a sombra que nos caia dos jambos
O luar que se coava das palmeiras sem fim
Que recordasse a loucura
Da nossa paixão
E a amargura da nossa separação...

Eu queria escrever-te uma carta
Amor,
Que a não lesses sem suspirar
Que a escondesses de papai Bombo
Que a sonegasses a mamãe Kiesa
Que a relesses sem a frieza
Do esquecimento
Uma carta que em todo o Kilombo
Outra a ela não tivesse merecimento...

Eu queria escrever-te uma carta
Amor,
Uma carta que ta levasse o vento que passa
Uma carta que os cajus e cafeeiros
Que as hienas e palancas que os jacarés e bagres
Pudessem entender
Para que se o vento a perdesse no caminho
Os bichos e plantas
Compadecidos de nosso pungente sofrer
De canto em canto
De lamento em lamento
De farfalhar em farfalhar
Te levassem puras e quentes
As palavras ardentes
As palavras magoadas da minha carta
Que eu queria escrever-te amor

Eu queria escrever-te uma carta...

Mas, ah, meu amor, eu não sei compreender
Por que é, por que é, por que é, meu bem
Que tu não sabes ler

E eu - Oh! Desespero! - não sei escrever também!